sábado, 3 de dezembro de 2011

"Robin Hood"


Eles só querem um pouco de felicidade. Ir a um restaurante, sair com os filhos, se divertir... Eles só querem a justa dignidade, básica, que proporciona um olhar altivo. Nem todos partilham deste sonho, pois existe uma situação, que os impede de pertencer ao novo grupo social.

A inércia na qual estão condicionados, me parece estar sendo gradativamente alterada ou impulsionada por um desejo de ser igual; igual ao outro, ter os mesmos direitos, desfrutar das mesmas taças de vinho, das mesmas roupas, do mesmo mundo que os que um dia se colocaram como reis e rainhas usufruíram.

Quanto sofrimento essa parte da sociedade já passou? Quantos olhares discriminatórios? A vontade de saciar a fome e a sede... Substituída agora por carros, casas, geladeiras, computadores e até condicionadores de ar. Essa mudança vem ocorrendo através da idéia de distribuição de renda, tal idéia se propagou por todos os cantos do mundo, é justamente esse pensamento afixado no inconsciente coletivo daqueles que coordenam as greves que impulsiona os movimentos sociais de massa que estamos vendo nos últimos anos.

Há muito tempo estou convencido de que Não existem reis nem rainhas, todavia o que existe na realidade são convenções sociais de segmentos que estipulam normas e regras para manter uma desigualdade, justificada de maneira torpe e através de manipulações, com objetivos de segregar, extirpar e ceifar vidas de homens e mulheres.

Para tal, criam-se grupos de poder nos mais diversos setores e meios sociais; ainda sobre esses grupos, se subdividem em micro grupos que permanecem no poder durante décadas. Essas famílias comandam e ditam ordens, manipulam nossas vidas das mais variadas formas, utilizando-se dos meios de comunicação, tais como: jornais, rádios e canais de televisão.

Aqui no Brasil um “Robin Hood”, amoral ou antiético, mas com muito carisma e astúcia, observando todos os fatores supracitados anteriormente, resolveu pôr em prática o que um senhor de longas barbas brancas e idéias críticas chamou de comunismo.

O problema é que apenas distribuir, sem educar, logo adiante mostrar-se-a um equívoco, pois, aos novos ricos se abaterão os mesmos fenômenos psicopatológicos da depressão e da sensação de vazio interior (insatisfação) que já acometem os ricos de hoje.

A felicidade não está nas coisas que temos, mas sim no convívio de quem amamos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A dualidade da mente humana

O mundo é dual. Que mundo? O nosso mundo. Existem coisas que foram criadas para o nosso bem e acabaram servindo para destruir vidas, como o avião (nos tempos da guerra). Existem outras, que foram criadas com intuito não tão benéfico, mas que podem ser usadas para a nossa proteção como no caso dos remédios químicos. Não se trata de ironia, não senhores, é a realidade.

Então pensei: a dualidade não está no conceito, mas na mente humana. Não é o objeto ou a coisa em si que é boa ou ruim, mas como trabalhamos sua potencialidade. Do contrário que muitos pensam, não consigo perceber Hitler um monstro (por mais estranha que essa idéia pareça). Tenho a percepção na qual, numa descrição mais densa, mesmo admitindo a patologia de seu estado mental, que Hitler tenha sido um gênio, porém, um gênio que usou todo o seu potencial para destruir. O mecanismo da loucura funciona assim, primeiro se crê que se está certo, depois se tenta convencer os outros. Quando se consegue – Voilà! – a violência simbólica.

Já Einstein usou sua potencialidade para criar a teoria da relatividade. O presidente Lula criou (ou ampliou, dirá a oposição) o programa bolsa família. E eu criei esse conceito da dualidade da mente humana. Outras pessoas pelo mundo afora provavelmente nesse exato momento devem estar criando alguma idéia. Essa idéia que não é boa nem ruim se transforma em conceito, possui certa neutralidade, e, se utilizada para prejudicar o homem, se torna uma idéia destrutiva, porém, se a usamos para melhorar a vida das pessoas, temos então um bom conceito.

Difícil de entender? Creio que não. As idéias mais inteligentes são aquelas cuja compreensão se dá de maneira espontânea, não artificialmente.

Ainda sobre a dualidade do mundo. Cristo nos deixou algumas lições, a principal delas dizia que, é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, se bem que eu acho que essa frase foi dita por outro líder, mas o que importa é que a mensagem era sobre o amor. E lá vem o Homem, cria a religião, e a usa para ludibriar o povo. Karl Marx tinha razão quando a compara com o ópio, porém aqui não se trata de uma aula de sociologia, mas sim de minhas divagações.

O capitalismo está em crise. Os EUA estão em crise. A saúde pública está em crise. O Corinthians está em crise. Bem o Corinthians está sempre em crise. Sabe o que realmente faliu? O Homem. Nós falimos enquanto seres humanos, porque usamos nossas potencialidades para destruir, prejudicar, aniquilar, e, bem sabemos que é totalmente possível utilizarmos toda nossa inteligência para o progresso, para o bem ao próximo, ao faminto, ao desabrigado. Contudo no período pós-moderno o Homem e suas vãs filosofias conseguiram o que jamais pensei que fosse ver. A extinção dos valores humanos.

domingo, 21 de agosto de 2011

Os hipócritas

Os hipócritas me causam nojo. Estes sujeitos descompensados dissimulam com seus rostos leves e convictos todas as aberrações que o mundo pós-moderno criou. Embora eu compreenda que esse grupo de atores sociais exista há mais tempo, ultimamente vejo que suas mentes estão mais complexas. Do que estou falando? Dos pais que abandonam seus filhos em coletoras de lixo, das pessoas que fingem possuir algum distúrbio mental para não acabar na cadeia, dos insensíveis profissionais que após uma tragédia exploram as vítimas (crianças) a fim de possuir informação para vender, sem falar nos programas de TV que promovem o bullying, entre outros.

Século novo, aberrações novas!

A loucura

Há duas formas de se enlouquecer: 1. quando se tem consciência sobre a realidade das coisas e da vida e 2. quando não temos. Não nascemos loucos. O processo de loucura é lento e gradual. O que causa essa perda da realidade tem vínculo direto com a sociedade em que vivemos. Porém, insisto no viés, de que a consciência sobre a realidade das coisas e da vida pode afetar diretamente o nosso juízo.

Conhecer a natureza das coisas é muito encantador. Aprender como os fenômenos sociais e psíquicos ocorrem e o que podemos fazer para mudar. Mas há um detalhe que muda tudo de lugar. Conhecer a realidade é muitas vezes perceber que tudo o que você acreditou um dia estava errado ou era mentira. Quando isso ocorre, o choque é tão grande que muitas pessoas não suportam. Aqui surge a loucura.

Quando você descobre:

Que seu pai não era um herói, mas sim um alcoólatra;
Que na escola você não aprende, apenas plagia;
Que quem você ama, não lhe ama;
Que sua melhor amiga, no fundo, te inveja;
Que o namorado em quem você confia te trai;
Que o Homem descobriu o átomo, mas criou a bomba atômica;
Que com o capitalismo você comprou seu belo apartamento, mas que para isso na África, milhares de crianças morrem de fome;
Que você vota num político para que ele possa melhorar o país, mas ele apenas te rouba;
Que você compra um carro, um microondas, etc., para melhorar sua vida, e eles vem com defeito.

Enfim, são centenas de exemplos que se seguem para representar a minha observação. E quando vários desses exemplos ocorrem juntos, se você não tem uma boa base, ou seja, uma família, se você não tem fé, por mais subjetivo que venha ser este conceito, a realidade se afasta, e com ela, os anjos e os amores.

Você até pode conhecer a verdade e não enlouquecer. Se, você acreditar no amor. Do contrário serás mais um hipócrita ou sínico.

Ainda temos o segundo caso, que nos leva a loucura, que é quando não temos consciência sobre a realidade das coisas e da vida, nesse caso, sofremos um tipo de alienação. E meios para fazer isso com nossas mentes são vários, desde a televisão até o sistema de cultura no qual estamos inseridos.

Esse texto não é científico, tão pouco filosófico, porque foi preciso alcançar um teor objetivo simples. São observações que fiz na condição tanto de senso comum como de acadêmico. A loucura e seus portadores, de minha parte recebem todo o respeito e toda a dedicação de estudo. Aqueles que chamamos de “loucos” são pessoas que um dia conheceram a realidade das coisas e da vida, de certa forma, eles tiveram um encontro com eles mesmos e com Deus, passando a viver num sistema complexo de isolamento social, com características peculiares, da mesma forma que no sistema capitalista.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Love, what is it? (insight)

Existe o amor. Existe o amor e os outros sentimentos. Quando não amamos passamos a ver o mundo de outra maneira. Sentimos um vazio chamado tédio. O tédio vem seguido de dor de cabeça e sono. Do sono vem a ressaca. E assim os dias se seguem. Monótonos!


Então existe o amor. O amor e todos os outros sentimentos. Na escala de importância vital ele está acima de todos. Ele pode ser comparável a Deus. Ele é Deus. Mas, por quê afastamo-lo de nós?

Simples. Não estamos preparados para aceita-lo em sua integralidade. Queremos amor e sexo, mas um não está ligado ao outro. Sexo é um ato mecânico que resulta em prazer (orgasmo) e muita dor de cabeça (filhos). Amor é um sentimento, que surge em algum dado momento na história da humanidade. Momento no qual, nos tornamos propriamente seres humanos, distinto de outros animais; não somente pelo fato de que pensamos.

Essa passagem do animalesco para o hominídeo é que representa a confirmação de um processo antropológico na história dos Homens.

Quando a mãe protege o filho/filhote ainda estamos sobre efeito do instinto, logo a seguir, podemos notar no processo de evolução da espécie humana, um período, em que os pais adquirem um cuidado diferente do anterior, que até então era somente proteger o filho do perigo, neste momento, no processo psíquico (químico e biológico) manifesta-se, em algum lugar de forma conjunta (espírito e mente), o sentimento que hoje chamamos de amor.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Deus, igualdade e status social.

Do princípio:

a) Para haver igualdade não pode existir Deus.

O sistema já começa desigual; existe um ser superior que manda e seres inferiores que obedecem. Nesse modelo não há equilíbrio, portanto não haverá igualdade.

Se juntássemos todo o dinheiro que existe no mundo e dividíssemos igualmente a todas as pessoas que vivem no planeta Terra, todos passariam, economicamente falando, a classe A.

Então a questão chave sobre a desigualdade social, deve ser vista sobre outro prisma, o aspecto da distribuição de renda.

Ex.:

O filho de uma empregada doméstica está em desigualdade em relação ao filho de um médico. Um estuda numa escola pública de péssima qualidade, o outro nas melhores escolas particulares; um depende de postinho de saúde, enquanto o outro tem plano particular de assistência médica; um veste as roupas que ganha como “caridade” de pessoas mais abonadas, o outro escolhe a grife de sua preferência para se vestir; em dias quentes um usa ventilador, o outro condicionador de ar; um passeia a pé, o outro de carro 0 km ou importado; enquanto um faz cursinho de inglês, o outro cata latinhas para ajudar no sustento da família, etc.; Agora lhes pergunto: existe igualdade sob este aspecto da realidade social?

b) As conseqüências da desigualdade social.

Respeitando as diferenças étnicas, morais, biológicas e psíquicas, entre outras, proponho pensar a lógica capitalista e sua dualidade.

O capital gera tecnologia, que gera consumo. Isso é bom! Bom para a economia de um país, mas principalmente para quem detém o poder. Na outra ponta disso estão as conseqüências graves, vejamos um exemplo: no período do regime militar no Brasil (1964 – 1985), enquanto o Brasil avançava tecnologicamente e organizações civis cresciam espantosamente, o povo morria de fome, doenças, maus tratos, etc.

c) Hierarquia como função social.

Sempre uso esse exemplo nas salas de aula, de que não podemos comparar um gari a um neurocirurgião. A princípio, por uma questão ética e religiosa, surpresos os ouvintes se perguntam se estou louco, ou que estou no mínimo descriminando/rotulando as funções sociais destes indivíduos.

Respondo-lhes com a explicação que me é peculiar!

Supondo hipoteticamente que o gari não adquiriu condições subjetivas de intelectualidade suficientes para exercer a profissão de neurocirurgião, o que não justifica a disparidade de seus soldos, a pergunta que lhes faço é a seguinte:

Por que o bem mais precioso que nos seres humanos temos, que são nossos herdeiros genéticos, isto é, nossos filhos serão tratados de forma desigual pela sociedade e todas as outras instituições que formam o Estado?

Obvio. Sua condição financeira independe do grau de intelectualidade, pelo menos no sistema capitalista. Sendo mais cruel ou realista: o filho de um médico tem mais valor do que o filho de uma diarista.

Existe aqui um grande problema. Porque se um gari ganhar o mesmo que um neurocirurgião, isso pode levar a um desastre no que tange o pensamento mais comum “Ora, mas pra que estudar e ser um médico, se meu salário será o mesmo de um gari!”. Pelo princípio de direito, e assim o compreendo como conseqüência do jogo social, existe a real necessidade, para garantir a ordem, de que existam tais hierarquias, afinal responsabilidades maiores, exigem soldos maiores.

O grande erro é a variação que isso suscita, dou-lhes como exemplo um jogador de futebol que ganha dois milhões de euros por mês, enquanto um cientista que estuda a cura da AIDS recebe dez mil. E aqui nem citei os assalariados, que numa visão mais aristotélica, poderiam ser comparados, a escravos, ou seja, não existem. Grande ironia filosófica!

Para que compreendam de maneira mais adequada meus pensamentos, quero falar aqui sobre uma de minhas paixões: a construção civil.

Dentre muitos trabalhadores de uma obra, podemos citar: pedreiros, carpinteiros (profissão de meu pai), serventes, eletricistas, pintores, engenheiros e arquitetos. A função que cada um ocupa num todo forma a hierarquia na qual tanto falo. É evidente que, sem esse conjunto de profissionais não haveria casas e apartamentos pelas ruas de nossas cidades.

A hierarquia dá respaldo para haver a necessária respeitabilidade entre as partes, o que me chama bastante atenção é o soldo destes profissionais. Enquanto o arquiteto recebe por uma planta baixa, um valor “x” o pedreiro recebe um valor “y”. Sem dúvida nenhuma o arquiteto merece o salário que ganha, em contrapartida, é totalmente absurdo o que ganha um pedreiro.

O que Karl Marx nas suas observações sobre o sistema capitalista referia-se na oposição entre os donos do meio de produção versus proletariado; consiste em si, na pura realidade. Contudo, esse sistema capitalista é autopoiético, ou seja, ele se auto-regula, não podemos destruí-lo como o filosofo em suas teses defendia, nem há como acabar com as hierarquias (o que chamei aqui de funções sociais), o que é preciso, justamente, por parte de quem detém o capital é uma conscientização e humanização mais efetiva, verdadeira e honesta.

Ainda sobre este aspecto sito outro exemplo:

A respeito das hierarquias – já pensaste – o que seria de nós se não existissem os profissionais que recolhem o lixo produzido pelas sociedades? E mais, se todos nós resolvêssemos estudar para capacitarmo-nos a função de médicos? Resultaria num colapso. Eu disse colapso e não “Calypso”! Ok?

Em resumo, esse texto propõe a idéia de que devemos estudar para progredir e de que não há evolução sem trabalho.

“A REVOLUÇÃO DEVE SER FEITA COM INTELIGÊNCIA, NÃO COM ARMAS.”