Idolatramos os idiotas. Comemos muitas gorduras e bebemos cerveja, hábitos importados de uma cultura industrializada, capitalista, que promove absurdos sociais;
Compartilhamos ideologias medíocres, pensamentos inúteis, sentimentos vazios;
Vivemos de aparências, usamos sapatos apertados, roupas desconfortáveis, falsos perfumes, falsas memórias;
Fingimos o tempo todo ou quase, tentando se adequar às regras estabelecidas por esse sistema sujo, que aniquila corpos, dilacera corações e fragmenta nossas mentes;
Achamos que sabemos o que é amar, tolos de nós, que mal aprendemos a falar, com tanto egoísmo e solidão, o mais provável é que sejamos hipócritas ou sínicos;
Admiramos os imbecis. Pessoas que vivem da estupidez, do descaso, da falta do que fazer, da miséria de pensamento, do fútil e do inútil, da herança e da maldade;
Educação e ética. Dois conceitos fundamentais banidos do dicionário na pós-modernidade, para tal, usa-se o recurso de salientar que ser correto é para os fracos e oprimidos, ou mais ainda, que se agirmos de forma honesta, seremos nós a isca;
Quem criou esse mundo não pensou nas conseqüências, tenha sido Zeus ou o acaso, os culpo de falta de planejamento, porque o que vemos hoje é o caos inversamente proporcional à beleza da vida, das formas, da essência;
Estamos ausentes com nossos filhos, com nossos pais, com nossa geração e com nós mesmos, abandonamos um a um, para obtermos status social, que em si, consiste em ter, comprar, gastar, usar, etc., mas isso não é tudo, somente parte do mundo que vejo e reproduzo todos os dias de minha vida;
Sim, eu também faço parte disso. A culpa não é do outro, mas de todos. Eu podia ser diferente, não ter tanta dor e tanto medo, mas existe alguma força, que estrategicamente, onipresente, acaba com todo meu otimismo;
Por fim, estabeleço todas as formas de intervir no processo, resumindo-as numa só: amar. O mundo precisa de amor, pode até ser clichê, mas o que não é hoje em dia?