Há duas formas de se enlouquecer: 1. quando se tem consciência sobre a realidade das coisas e da vida e 2. quando não temos. Não nascemos loucos. O processo de loucura é lento e gradual. O que causa essa perda da realidade tem vínculo direto com a sociedade em que vivemos. Porém, insisto no viés, de que a consciência sobre a realidade das coisas e da vida pode afetar diretamente o nosso juízo.
Conhecer a natureza das coisas é muito encantador. Aprender como os fenômenos sociais e psíquicos ocorrem e o que podemos fazer para mudar. Mas há um detalhe que muda tudo de lugar. Conhecer a realidade é muitas vezes perceber que tudo o que você acreditou um dia estava errado ou era mentira. Quando isso ocorre, o choque é tão grande que muitas pessoas não suportam. Aqui surge a loucura.
Quando você descobre:
Que seu pai não era um herói, mas sim um alcoólatra;
Que na escola você não aprende, apenas plagia;
Que quem você ama, não lhe ama;
Que sua melhor amiga, no fundo, te inveja;
Que o namorado em quem você confia te trai;
Que o Homem descobriu o átomo, mas criou a bomba atômica;
Que com o capitalismo você comprou seu belo apartamento, mas que para isso na África, milhares de crianças morrem de fome;
Que você vota num político para que ele possa melhorar o país, mas ele apenas te rouba;
Que você compra um carro, um microondas, etc., para melhorar sua vida, e eles vem com defeito.
Enfim, são centenas de exemplos que se seguem para representar a minha observação. E quando vários desses exemplos ocorrem juntos, se você não tem uma boa base, ou seja, uma família, se você não tem fé, por mais subjetivo que venha ser este conceito, a realidade se afasta, e com ela, os anjos e os amores.
Você até pode conhecer a verdade e não enlouquecer. Se, você acreditar no amor. Do contrário serás mais um hipócrita ou sínico.
Ainda temos o segundo caso, que nos leva a loucura, que é quando não temos consciência sobre a realidade das coisas e da vida, nesse caso, sofremos um tipo de alienação. E meios para fazer isso com nossas mentes são vários, desde a televisão até o sistema de cultura no qual estamos inseridos.
Esse texto não é científico, tão pouco filosófico, porque foi preciso alcançar um teor objetivo simples. São observações que fiz na condição tanto de senso comum como de acadêmico. A loucura e seus portadores, de minha parte recebem todo o respeito e toda a dedicação de estudo. Aqueles que chamamos de “loucos” são pessoas que um dia conheceram a realidade das coisas e da vida, de certa forma, eles tiveram um encontro com eles mesmos e com Deus, passando a viver num sistema complexo de isolamento social, com características peculiares, da mesma forma que no sistema capitalista.